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Legal Design e a influência de lições de outras áreas do conhecimento no Direito.

Como o Legal Design pode ajudar o Direito a ser mais criativo, estratégico e assertivo?

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Pergunte a uma criança qual o seu tipo de livro favorito e, provavelmente, ela responderá que prefere os livros com ilustrações como gibis, revistas em quadrinhos ou mangás, dizendo ainda que livros só com texto são “chatos e sem graça”. Podemos até mesmo pensar de forma automática que isso nada mais é do que um reflexo de natureza infantil e uma demonstração de falta de capacidade de concentração e imersão que um livro somente com textos exige.

Mas... E se, na verdade, tivermos sido nós, adultos, que burocratizamos demais a escrita e a transmissão do pensamento? E se, na verdade, somos nós que não temos a capacidade de imersão, criatividade e imaginação do conteúdo textual que as crianças, influenciadas pelo estímulo visual, possuem? Será que nós conseguimos mesmo nos concentrar e estarmos imersos em um livro da maneira devida?

Sejamos sinceros, não são muitos aqueles que conseguem estar imersos e usufruir plenamente de um longo período de leitura, principalmente se ela não for considerada como uma atividade de lazer e fruição, mas sim como uma obrigação que mais causa incômodo que qualquer outra coisa. Para aqueles que não estão acostumados a longos períodos de leitura, a “olhada rapidinha no Instagram” entre um capítulo e outro pode significar, com tranquilidade, perder meia hora vendo vídeos aleatórios que vão desde construções no meio do mato, esportes e ginástica até alimentação, bichinhos fofinhos, fatos curiosos (apesar de muitas vezes irrelevantes), ou tantos outros temas possíveis.

Enquanto, para crianças em processo de desenvolvimento, o fim prematuro da hora da leitura para início da hora da soneca após o almoço pode ser motivo de sentimentos negativos, podemos acreditar com certa – para não dizer gigantesca – certeza que a maioria dos adultos e, no nosso caso, advogados, trocaria com facilidade a leitura de alguns e-mails por uma soneca após o almoço.

A situação se agrava ainda mais se as comunicações dos advogados (sejam e-mails, peças processuais, minutas contratuais, etc...) são prolixas, não assertivas, confusas e não transmitem a mensagem que efetivamente gostariam de passar.

Como então tornar a comunicação jurídica mais simples, efetiva e assertiva? Se, para o cliente, a habilidade do advogado em traduzir o juridiquês para o português se demonstrar como sendo mais importante do que sua efetiva capacidade de tutelar seus interesses através de um processo, contrato, ou qualquer outro meio, algo parece estar errado.

Atualmente, um dos caminhos que vem se mostrando cada vez mais capaz de atingir esse objetivo é o uso do Legal Design, do raciocínio baseado em Design Thinking e da exposição dos fatos de forma mais visual e simplificada, como no Visual Law.

Vale dizer que essa abordagem se alinha com a percepção do professor Richard Susskind, que, ao escrever o prefácio do livro “O advogado do amanhã”, diz que “A próxima geração de advogados não irá mais sentar em isolamento um do outro e da tecnologia”, acrescentando ainda que “precisaremos ensinar os advogados a serem tecnólogos legais, analistas de processos, engenheiros do conhecimento, designers de sistemas, gestores de risco e cientistas de dados”.

Apesar de Susskind, nesse trecho, focar mais na parte de tecnologia, é necessário pensar que, mais do que apontar para a necessidade de que advogados sejam tecnólogos e desenvolvedores extremamente competentes e capazes, o autor expõe como os profissionais jurídicos devem ser cada vez mais multidisciplinares.

Não se trata de dizer que todo advogado para obter sucesso profissional deverá realizar peças processuais em Visual Law como se designer fosse, ser um gestor de risco e cientista de dados como se economista ou engenheiro fosse, mas sim que deverão ter conhecimentos relativos a outros campos do conhecimento suficientes a possibilitar diálogo e troca de ideias com profissionais não jurídicos, gerando uma soma de conhecimentos e técnicas a partir de uma postura colaborativa e inclusiva, o que, por sua vez, proporciona uma entrega de maior valor.

Enquanto o Visual Law se concentra na melhoria visual das informações e se liga mais à gestão da informação, o Legal Design é a aplicação das noções de Design Thinking na realidade jurídica. Seria, resumidamente, a aplicação das fases de 1) Imersão; 2) Ideação; e 3) Prototipação também no processo criativo jurídico. Cada uma dessas fases permite a visualização de novas percepções e pontos de vista, criando um campo fértil para o surgimento cada vez mais amplo de ideias inovadoras e para que seja possível atingir determinado objetivo.

Uma dúvida que acaba sendo comum para aqueles que buscam se aprofundar em conceitos de design no universo jurídico é a questão do que seria “melhor”: “Seria melhor o advogado possuir uma segunda formação ou contratar um designer?”. Se há alguma prática que pode ser considerada “melhor”, essa seria, sem sombra de dúvidas, a simples tentativa de aplicar os conceitos do design, seja de uma forma ou de outra. O mais importante é que a forma escolhida seja capaz de atender sua finalidade, de gerar resultados positivos e de estar fazendo sentido.

Além disso, buscando mitigar possíveis sentimentos de animosidade em relação à contratação de designers por parte da advocacia e de departamentos jurídicos, questionamos: Afinal, se os designers são normalmente vistos como as pessoas “descoladas e cheias de ideias”, por que não as trazer também para o mundo jurídico? Por que não integrar seus conhecimentos e habilidades para simplificar a comunicação jurídica e, assim, deixá-la mais acessível e democrática? Qual a interferência que existe no fato de esse profissional não possuir uma “vermelhinha” da OAB?

Tal como as crianças preferem gibis à extensos livros que somente contenham conteúdo textual, como transformar nossos contratos, petições e estratégias jurídicas em ferramentas que despertem a curiosidade, a inovação e que facilitem a criação de um ambiente imersivo? Conforme analisado anteriormente, a adoção de técnicas de Legal Design e o diálogo entre profissionais jurídicos e não jurídicos é capaz de aumentar, dentre outras, a pluralidade cultural, social e de áreas do conhecimento no universo jurídico, seja nos departamentos de companhias ou nas pequenas e grandes bancas de escritórios. Assim, é possível gerar entregas com um conteúdo de maior valor agregado e que sejam ainda mais capazes de atender às finalidades a que se propõem.

Se quiser conhecer mais sobre essa nova realidade, venha conhecer nosso curso Legal Design: Visual Law & Strategic Solutions. Nele ensinaremos, da teoria à prática, como aplicar o Design em sua rotina jurídica.

Autores

Rodrigo Fatudo
Customer Sucess Operator no Sem Processo, Advogado e entusiasta da Quarta Revolução Industrial.